Smartex.ai 
Fundada: 2018 | Sede: Porto | Área: Indústria
Ver SiteCamila Luz
Prémios: Heróis PME Factor S Transformação Digital
Nível de Heroísmo 4.9975083056478
Impacto Social
Capacidade Inspiracional 4.9980620155039
Fundada: 2018 | Sede: Porto | Área: Indústria
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Prémios: Heróis PME Factor S Transformação Digital
Nível de Heroísmo 4.9975083056478
Impacto Social
Capacidade Inspiracional 4.9980620155039
A indústria têxtil e da moda é a terceira maior poluidora do mundo, atrás apenas de alimentos e construção. É responsável por 20% do desperdício global de água e 10% das emissões de carbono. Cerca de 15% do tecido destinado a roupas acaba no chão da sala de corte, gerando mais de 90 milhões de toneladas de resíduos a cada ano.
Este impacto foi o grande impulsionador da criação da Smartex.
Desenvolvemos um sistema inovador onde, através de sensores, câmaras e um software de inteligência artificial, são detetados os defeitos nos tecidos desde o momento da tecelagem. No momento em que um defeito é identificado a máquina pára, evitando que continue a produzir sobre o erro e, consequentemente, a desperdiçar energia, tempo e matéria-prima.
Na produção têxtil, a deteção de defeitos ainda é realizada principalmente por pessoas. Isto torna o processo lento, caro e propenso a erros. Foi assim que um dos co-fundadores da Smartex, Gilberto Loureiro, começou a trabalhar como operador de máquina e como inspetor têxtil. Tinha sobre si a tarefa da inspeção dos tecidos, que é como quem diz, passava horas à procura de milimétricos defeitos nas malhas.
Mais tarde, nos corredores e salas de aulas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, os três fundadores conheceram-se, tornaram-se amigos e – sem o saberem na altura – futuros sócios. Foi o Gilberto quem falou do problema do desperdício a António Rocha, colega do mesmo ano no curso de Engenharia Física, e a Paulo Ribeiro, que estudava Engenharia de Redes e Sistemas Informáticos na mesma faculdade.
Começaram a trabalhar neste projeto em cadeiras da faculdade. De formas muito diferentes, mas sempre com o objetivo de resolver o problema dos produtores têxteis: perderem muito dinheiro devido a fracos processos de controlo de qualidade e gerarem enormes quantidades de desperdícios. Continuaram a desenvolver no final do curso e perceberam que era possível automatizar o processo usando machine learning.
“Estamos a crescer mais de 100% ao ano, tanto em vendas como colaboradores. A nossa ambição é criar a “Fábrica Têxtil Moderna”: automatizada, eficiente, rastreável e sem desperdício.”
Desde a criação em 2018, temos registado um crescimento superior a 100% ao ano e hoje contamos com 110 colaboradores. A Smartex conseguiu levantar duas rondas de investimento. A última, em novembro de 2022, permitiu angariar 24.7 milhões de dólares para continuar a missão de reduzir o desperdício têxtil no mundo. A verba angariada tem como finalidades:
Estes produtos vão ajudar fabricantes e marcas de moda a melhorar o controlo da sua produção, aumentar a qualidade e a rastreabilidade dos rolos têxteis.
A expansão do negócio, que começou através da implementação de pilotos gratuitos para entrar em novos mercados, viu 100% destes projetos convertidos. A indústria, que ao início se mostrava resistente à nossa entrada, está hoje tão interessada quanto nós nas soluções que estamos a construir. Juntos, estamos a trabalhar numa nova era de produção de alta qualidade e sem desperdício, que levará a uma maior transparência e rastreabilidade em toda a cadeia de valor têxtil, do fio ao retalho.
Os sistemas da Smartex já estão presentes em mais de 10 países como Portugal, Turquia, Itália, Brasil, Uzbequistão, Bangladesh, Egito, Paquistão, entre outros.
Até hoje já conseguimos poupar 527,500 kg de tecido, 59 milhões de litros de água, 1.3 milhões de CO2 emitidos e 5.2 milhões de KW de energia não utilizada.
Acreditamos que, com a nossa tecnologia e talento, estamos a abrir um novo capítulo na indústria da moda.
A indústria têxtil e da moda é a terceira indústria mais poluente do mundo. No seu todo, corresponde a 20% do desperdício global de água e 10% das emissões de dióxido de carbono. Para além disso, numa confeção é considerada “aceitável” uma taxa de desperdício entre 10 e 15 por cento. Isto significa que uma em cada dez t-shirts vai diretamente para o lixo. Se juntarmos os dados da EPRS (Serviço de Estudos do Parlamento Europeu) que afirma que o processo de produção têxtil de uma t-shirt utiliza a mesma quantidade de água suficiente para uma pessoa consumir durante 2,5 anos começamos a ter uma noção mais pragmática da utilização dos recursos.
Esta problemática e a vontade de tornar os processos mais eficientes estão na génese da Smartex. Quando identificámos o problema sabíamos que tínhamos de ir mais longe e que a solução para o setor tinha de ser preventiva, ou seja, o foco devia estar em evitar a geração de desperdício.
A indústria têxtil opera com margens pequenas e apresenta uma taxa de defeitos consideravelmente alta. A isto acresce o facto de muitos destes defeitos só serem visíveis a olho humano depois do têxtil ter passado por alguns processos como a tinturaria ou acabamento, o que representa um consumo maior de recursos para algo que vai acabar no lixo. Detetar defeitos nas malhas no processo de manufatura revoluciona este paradigma e permite aumentar as margens de lucro na produção dos tecidos.
E foi isso mesmo que desenvolvemos. Na Smartex estamos focados em apoiar a indústria têxtil na diminuição do desperdício através do desenvolvimento de hardware e software que, com recurso a machine learning, deteta defeitos têxteis em tempo real. Os processos de identificação automatizada reduzem não só o desperdício têxtil, como também as emissões de dióxido de carbono, energia, água, tempo de produção e custo de capital, desligando automaticamente as máquinas de produção para evitar o desperdício de materiais.
“A nossa tecnologia é responsável pela poupança de 527,000 kg de malha, 4.4 milhões de kWh de energia, 59 milhões de litros de água e 1.1 milhão de kg de CO2.”
Até ao momento a nossa tecnologia é responsável pela poupança de 527,000 kg de malha, 4.4 milhões de kWh de energia, 59 milhões de litros de água e 1.1 milhão de kg de CO2. Estes dados são baseados apenas no impacto de interromper a produção de tecidos defeituosos, através da comparação do desempenho dos nossos clientes com e sem os sistemas Smartex. A diferença correspondente é o nosso contributo para o problema dos resíduos da indústria têxtil. Consideramos que essa quantidade de tecido (expressa em kg) teria continuado por toda a cadeia de transformação - incluindo pré-tratamento, tinturaria e acabamento - até o estágio final da fabricação de roupas. Neste ponto, assumimos que é deitado fora. Não incluímos o impacto do transporte entre essas etapas de produção.
Somos privilegiados por estar numa posição única para agregar valor intrínseco a uma indústria gigante, que é fundamental e toca tantas vidas, alimentando a nossa missão de sustentabilidade e produtividade das fábricas têxteis em todo o mundo. A nossa visão é que as indústrias em todo o mundo possam produzir com menos desperdício, com potencial para expandir para outras indústrias com problemas semelhantes, como a do papel e do plástico.
Desde o momento que nos deparámos com a problemática da ineficiência e desperdício da indústria têxtil, sabíamos que queríamos encontrar uma solução.
Voltemos um pouco atrás, ainda nos tempos da universidade.
Os três sócios programavam juntos, viviam juntos e inevitavelmente, as ideias fervilhavam. A experiência nas fábricas ajudou Gilberto Loureiro a identificar “o problema gigante escondido” numa indústria que parecia nada fazer para o resolver. Juntos, os três desenharam uma possível solução. Com o curso para terminar e com a entrada no mercado de trabalho, sem nunca deixar o projeto para trás, a vontade de revolucionar a indústria têxtil esbarrava também noutras dificuldades. As fábricas não abriam as suas portas para que pudéssemos fazer os testes. Foi uma grande dificuldade, mas com persistência, conseguimos.
Em 2018 aconteceu o primeiro grande avanço. Uma fábrica viu o potencial da nossa proposta e permitiu que avançássemos. Conseguimos fazer a prova de conceito! Na mente tínhamos um sistema muito mais avançado assente em câmaras que substituíssem os olhos dos técnicos de inspeção.
Mais tarde, depois de um ano na China e 6 meses em São Francisco, estabelecemos a base no Porto. Nesse momento sentimos que tínhamos um negócio viável, suportado por investidores e marcas como a Gucci, Balenciaga, Adidas, Calvin Klein, e outros investidores de startups de inteligência artificial.
Baseada num sistema inovador que conjuga visão computacional e inteligência artificial para identificar e evitar o desperdício, a inovação da Smartex consiste, hoje, numa tecnologia capaz de identificar defeitos na malha produzida em teares circulares.
As imagens são passadas a pente fino por um software de inteligência artificial que permite reduzir os desperdícios de tecidos e peças de roupa com defeito. No momento em que um defeito é identificado a máquina pára, evitando que continue a produzir sobre o erro e a desperdiçar energia, tempo e matéria-prima.
“No momento em que um defeito é identificado, a máquina pára, evitando que continue a produzir sobre o erro.”
O sistema é composto por uma parte de harware e outra de software.
Em termos de hardware, disponibilizamos um sistema de câmaras de alta resolução e luzes, que filmam a malha. Assim que identificam erros (visíveis e invisíveis ao olho humano) param a máquina automaticamente, para que o operador intervenha. Este sistema tem ainda a grande vantagem de poder ser instalado nas máquinas existentes no fabricante.
Em termos de software, consiste num sistema de visão computacional e inteligência artificial, com um modelo de machine learning. O sistema não identifica apenas um catálogo de defeitos, mas conta com uma tecnologia capaz de ir aprendendo com a experiência, alargando o leque de erros identificados. O cliente tem acesso a uma plataforma com indicadores de desempenho e Business Intelligence, para uma perceção mais profunda da produção.
Na prática, os nossos sistemas permitem:
Os resultados são visíveis no feedback dos nossos clientes.
A Ekoten Tekstil é uma prestigiada produtora de tecidos de malha na Europa e uma das principais exportadoras têxteis da Turquia. Para Serdin Çelik, Manufacturing Execution System Manager, “a Smartex reduziu a taxa de produção defeituosa enquanto fornece um ambiente transparente e controlado, com uma abordagem sustentável e inovadora”. Acrescenta também que "ao reduzir as taxas de defeitos, a Ekoten melhorou a qualidade dos tecidos e fortaleceu a satisfação do cliente".
Todos os esforços são necessários para gerar um impacto positivo e na Smartex esforçamo-nos para resolver este desafio global, utilizando a tecnologia como veículo para contribuir para um mundo mais sustentável.