Oficina das Medalhas 
Fundada: 2013 | Sede: Rio Tinto, Gondomar | Área: Outros
Ver SiteFundada: 2013 | Sede: Rio Tinto, Gondomar | Área: Outros
Ver SiteAté início de 2012, o Pedro e a Lydia trabalhavam numa das maiores fábricas de medalhas do país.
Ele era medalhista desde os 18 anos. Ela esteve primeiro na contabilidade e mais tarde, com o incentivo e orientação do marido, e com um curso que normalmente demora 3 anos a tirar, Lydia teve que aprender a trabalhar com o programa no período da hora de almoço para que pudesse ficar com o lugar na empresa e passou para a parte do design das medalhas - não tinha qualquer formação na área, mas foi aprendendo com a prática.
Ambos eram apaixonados pelo que faziam, mas estavam cansados das condições que lhes ofereciam.
Ganhavam apenas 5€ por dia, uma quantia impensável para quem tinha uma filha de 2 anos. Havia mau ambiente e desorganização. E sofriam grandes limitações criativas: queriam inovar, mas não deixavam que as medalhas fossem além “dos círculos e dos quadrados”.
Decididos a ter um emprego e uma vida melhor, despediram-se.
Foi uma altura em que bateram mesmo no fundo. O país estava em crise e não se conseguia emprego seguro.
Mas lá se foram arranjando: a Lydia fazia suportes artesanais de vela com copos de iogurte e o marido vivia de biscates em várias áreas, principalmente na construção civil. As prioridades eram pagar a casa e dar de comer à filha.
Nessa altura, levavam a menina a pé para a escola todos os dias, ainda eram uns 7km a ir e vir. Até tinham um carro, mas com apenas 5€ de combustível na reserva tinha de ficar guardado para alguma urgência.
Durante muito tempo fizeram o jantar só para a filha, mas não a deixavam sentir que faltava nada. Para eles o jantar e o almoço eram sempre o mesmo: pão com manteiga e água com café.
Não pediram nada a amigos e família - não queriam que ninguém soubesse da situação em que estavam. Chegaram a vender alguns bens para conseguir pagar a casa.
Foi mais de um ano assim até que numa noite se perguntaram o que faziam de melhor. A resposta: “Medalhas”.
Aí viram que estavam a desperdiçar o talento que tinham e decidiram apostar no sonho que tinha ficado guardado.
Lydia começou a enviar emails para associações de desporto e organizações de competições: numa semana chegou a enviar mais de 5000. Isto à noite, na lavandaria da casa, que era o único local onde apanhavam internet com uma senha cedida pela dona do café em frente.
Passaram-se 6 ou 7 meses e nem uma resposta.
Tanto tempo sem verem a vida melhorar fê-los atingir o desespero e um dia, apesar de não serem religiosos, decidiram ir a pé à capela de Sta. Maria Adelaide, em Santinha de Arcozelo, pedir ajuda. Fizeram-no a um sábado e, coincidência ou não, na segunda-feira seguinte, receberam 7 pedidos de orçamento e uma encomenda.
Era então altura de pensar no próximo passo: as instalações.
Conheceram a proprietária de um armazém, abriram o coração, explicando que só tinham 20€ no bolso, e a senhora deixou-os ficar lá por 5 meses sem pagar renda. Só era preciso a fiança, e para isso um amigo emprestou-lhes o dinheiro.
Faltava agora tudo o resto, mas puseram mãos à obra com o que iam arranjando.
Fizeram bancadas com portas que encontraram no lixo e remodelaram. Para cozer as medalhas, compraram um forno doméstico no OLX. E até uma máquina de cortar fita criaram a partir de madeira e uma lâmina de X-acto.
Desde o dia em que foram à capela nunca mais pararam e a grande maioria dos clientes, mais de 350, está com eles desde o início.
O lucro da 1ª encomenda foi direitinho para as mãos do amigo que lhes tinha emprestado dinheiro.
São dos mais novos da área e uma referência em Portugal.
Um dos momentos de que mais se orgulham é uma encomenda que receberam em 2015: 10 000 medalhas para uma prova em Luanda que tinham de ser produzidas em apenas 5 dias. Nenhuma outra empresa aceitou o pedido, mas eles conseguiram dar conta do recado.
As condições do armazém que, no início era praticamente um barraco, são completamente diferentes.
Preocupam-se com os funcionários e não querem fazer o que lhes fizeram a eles durante anos. Por isso, o ambiente que se vive na Oficina das Medalhas é mesmo o de uma família feliz.
A Lydia e o Pedro orgulham-se de ter conseguido manter o relacionamento de 17 anos e de manter a mesma atitude, com 20€ ou com 200€ nos bolsos.
Agora o objetivo é olhar para o mercado externo: Portugal já os conhece e é altura de expandir.
Desde o dia em que foram à capela nunca mais pararam e a grande maioria dos clientes, mais de 350, está com eles desde o início.
O lucro da 1ª encomenda foi direitinho para as mãos do amigo que lhes tinha emprestado dinheiro.
São dos mais novos da área e uma referência em Portugal.
Um dos momentos de que mais se orgulham é uma encomenda que receberam em 2015: 10 000 medalhas para uma prova em Luanda que tinham de ser produzidas em apenas 5 dias. Nenhuma outra empresa aceitou o pedido, mas eles conseguiram dar conta do recado.
As condições do armazém que, no início era praticamente um barraco, são completamente diferentes.
Preocupam-se com os funcionários e não querem fazer o que lhes fizeram a eles durante anos. Por isso, o ambiente que se vive na Oficina das Medalhas é mesmo o de uma família feliz.
A Lydia e o Pedro orgulham-se de ter conseguido manter o relacionamento de 17 anos e de manter a mesma atitude, com 20€ ou com 200€ nos bolsos.
Agora o objetivo é olhar para o mercado externo: Portugal já os conhece e é altura de expandir.