Sair da Casca 
Fundada: 1994 | Sede: Lisboa | Área: Serviços
Ver SiteNathalie Ballan
Prémios: Heróis PME
Fundada: 1994 | Sede: Lisboa | Área: Serviços
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Prémios: Heróis PME
O “heroísmo” na Sair da Casca, não tem a ver com uma ação espetacular e pontual, mas com a coragem de continuar. Ano após ano.
A empresa foi criada em 1994 e nasceu da convicção de que as empresas podiam ser o motor do desenvolvimento sustentável. Era uma convicção “pessoal”, não havia benchmark, não havia mercado. Era preciso investir muito para divulgar esta convicção. Convencer as empresas que existia uma outra tipologia de consultoria – a consultoria orientada para o impacto positivo dos atores económicos. Íamos mudar o mundo acompanhando as empresas no seu caminho para o desenvolvimento sustentável. Íamos ser uma empresa “social” motivada pelas transformações que iam acontecer nos nossos clientes.
Foi preciso inventar a nossa proposta de valor, desenhar metodologias, descobrir aliados, recrutar para uma profissão que não existia e que inventámos passo a passo, graças ao feedback indulgente dos primeiros clientes. A internet mudou a nossa vida porque permitiu o acesso a informação do que acontecia no resto da Europa e nos Estados Unidos, fizemos amigos que aceitaram partilhar connosco as suas reflexões e casos de estudo. Ao mesmo tempo estávamos a descobrir um mundo sem fim, a exigência de entendermos problemáticas ambientais, sociais, éticas, económicas, a necessidade de sermos capazes de analisar, avaliar posições antagónicas dos vários stakeholders e construir respostas úteis para o meio empresarial.
Começou um percurso de aprendizagem e estudo que nunca acabará, com alguns sacrifícios pessoais claro. Era preciso estudar e entregar, correr o país para fazer sessões sobre a sustentabilidade para públicos mais ou menos interessados. A frase do Friedman “business of business is business” era sempre referida em quase cada reunião. Ser clima cético, uma atitude normal. Pensar na diversidade e inclusão, uma utopia.
Os esforços conjugados de muitos atores públicos, ONG e empresas pioneiras (e são muitas em Portugal, incluindo a Sair da Casca) mudaram a norma social, começou a aparecer uma concorrência estimulante, vinda nomeadamente da consultoria tradicional, com meios e recursos incomparáveis com os nossos. Surgiram problemas internos, tudo ao mesmo tempo. Ter visão, paixão e competências comerciais não significa ter competências de gestão.
"Success is not final, failure is not fatal: it is the courage to continue that counts"
Winston Churchill
Pensámos fechar, reduzir, e pensámos que afinal tínhamos uma oportunidade ímpar de afirmar o nosso posicionamento como empresa de impacto, uma boutique militante. Veio a crise de 2007, ficámos fragilizados, perdemos clientes e colaboradores. Só se falava de desemprego, de falhanços, o planeta continuava a aquecer, mas havia pouca sensibilidade para definir planos ambiciosos.
Abandonámos a ideia de juntar empresas à volta de uma forma concertada de avaliar os seus impactos ambientais. Focámo-nos no desafio da pobreza e no papel social da empresa, conseguimos por milagre convencer o Mohammad Yunus (prémio Nobel da Paz, “pai” do microcrédito) e o Emmanuel Faber (CEO da Danone) a falarem à frente de uma plateia de administradores e CEO das maiores empresas nacionais e multinacionais em Portugal sobre inovação social, responsabilidade social interna. Demos a volta.
Hoje somos uma empresa B Corp, a única consultora em Portugal reconhecida para acompanhar outras empresas neste processo de transformação, cerca de 20 pessoas trabalham com a Sair da Casca diretamente ou indiretamente, aguentámos 2 anos de COVID sem apoios públicos, e com vários meses de 2020 durante os quais o new business quase parou. Parte da equipa teve COVID, vivemos situações familiares dolorosas. A equipa manteve-se coesa e mobilizada. Isso também é heroísmo.
2021 teve também outros lados, foi um ano incrível, cheio de novos clientes e projetos. Tentamos retribuir à Sociedade o que recebemos dela: estamos envolvidos nos principais fóruns de sustentabilidade, fazemos mentoria pro bono para empreendedores sociais, participamos no debate público, sempre com a motivação de sermos “best for the world”.